Quinta Carta - As a-firma-ções de ser docente: as sustentações éticas



Carta 5 - Em 1930 Salvador Dalí pintou A Mão. Inspirada nesta obra, a imagem da Quinta Carta representa a Mão que dá sustentáculo, que ampara, une e agrega. De um lado, esta carta ilustra a forma pela qual as personagens constituem e estabelecem os significados e estratégias para se firmar, fixar e grudar na docência. De outro lado, os processos pelos quais cada personagem dá sustentação ao corpo coletivo através de emoções que (des)potencializam as relações gregárias. Revela sobretudo as dimensões éticas que sustentam, amparam e potencializam o ser e o estar docente na escola.



"Afirmar a vida enquanto movimento, fluxo transitório e imprevisível. Fluída, instável com arranjos provisórios, fugidio, um pensamento vadio, nômade e errante". (HARA, 2004, p. 183)

"A Escola é o lócus de manifestação de todas as éticas nascidas das emoções que movem os sujeitos que nela convivem e interagem". (BEDIN, 2004, p. 288)

Exposta sobre a mesa circular da pesquisa, a quinta Carta deste baralho busca interpretar os hieróglifos pelos quais a docência se afirma e se sustenta. Guiado pelas questões abaixo, procurei compreender as dimensões éticas que amparam e potencializam o ser o e estar docente na escola de educação profissional.

Quais as histórias que os docentes assumem, afirmam e exclamam?
Quais identificações vão para dentro de si, que são in-corporadas, que são assumidas pela docência?
Quais histórias aglutinam a docência?
O que é religante?
O que une ao mundo que cerca, o que une aos outros que rodeiam?
O que é o vetor de partilha e comunhão na docência?
O que é pólo de atração, vínculo e nexo na escola?
O que suscita tal adesão e enlace?


(1) O assumir, o incorporar e o afirmar a docência