Terceira Carta - Os processos e as teias de identi-fic(x)ações: que professor sou eu?


Carta 3 - Esta Terceira Carta - construída a partir da obra Mercado de Escravos com Aparição do Busto Invisível de Voltaire, 1940, de Salvador Dalí - diz respeito às formas de espelhamentos e matriciamentos que constituem a docência na pessoa. Visualiza e revela os processos de identificação que amparam e potencializam um jeito de ser docente, suas trajetórias e fluxos de vida. Revela as múltiplas faces e máscaras, as referências e modelos de imagem da docência que cada personagem constroe. Reflete, como num espelho, silhuetas de docência e os mais diversos fazeres e dizeres que se constituem como referências para as personagens elaborarem as tramas e os sentidos do ser professor. Em outras palavras, esta Carta, representa os processos de espelhamentos que refletem a própria imagem de um em-se-fazendo professor, além de visualizar as múltiplas identificações e as múltiplas faces da docência refletidas
no espelho da narrativa.

"Que a gente se torne o que a gente é pressupõe que a gente não saiba, nem de longe, o que a gente é" (NIETZSCHE, 2003, p.63)

"O homem se torna muitas vezes o que ele próprio acredita que é"
(MAHATMA GANDHI)

Ao apresentar a Terceira Carta do baralho, estabeleço a reconciliação com um dos propósitos deste estudo, o de visualizar os processos de identificação que amparam e potencializam a trajetória e os fluxos de vida do docente da educação profissional (ARENHALDT, 2004, p.5). Nesse sentido, e considerando a centralidade desta Carta para a investigação, reapresento algumas das questões que dirigiram meu olhar junto à escuta da voz da docência na escola de educação profissional.

- Na narrativa da docência, que mecanismos e dispositivos são desencadeados no sentido de se identificar e se afirmar docente?
- Como os processos de identificação se manifestam na trajetória da docência?
- Quais histórias contadas são identificações em modelos, referências, imagens para a docência?


(1) Identidades fluídas: um jeito inacabado de ser

(2) Os itinerários formativos da docência: fragmentos de aprendizagem e auto-aprendizagem

(3) "Chamavam-me de professor" (ou um chamado para ser professor)

(4) Identificações, modelos e "matriciamentos" de um jeito de ser docente